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maio de 2006 Ao Brasil e aos imperialistas
dizemos: Tirem as mãos!
“Nacionalização”
fictícia do gás na Bolivia: Pela expropriação sob controle operário
No
1º de
maio o presidente boliviano, Evo Morales, anunciou com
estardalhaço a
“nacionalização” do gás. A notícia foi
recebida com grande hostilidade pela
burguesia brasileira. Não obstante o inicial tom “moderado”
adotado pelo
presidente Lula, a Petrobras, empresa multinacional com sede no Brasil,
ameaçou
não investir mais no vizinho país andino. O governo
espanhol do
social-democrata Zapatero se ergueu em campeão dos interesses do
imperialismo
espanhol e porta-voz da empresa Repsol. A
imprensa burguesa brasileira grita que o preço do
gás subirá às nuvens e
logo se poderia haver cortes no abastecimento. A realidade
é outra. Nós
trotskistas defendemos a Bolivia contra
as ameaças imperialistas e da classe dirigente do Brasil,
potência regional. A
limitada medida de controle dos recursos do hidrocarboneto do
país anunciada
por Morales é uma expressão do direito elementar de
autodeterminação. Ao mesmo
tempo sublinhamos que o decreto é bem distante da
expulsão das empresas
imperialistas. O presidente boliviano somente busca forçar uma
renegociação dos
contratos para aumentar os impostos pagos pelas empresas multinacionais
que têm
saqueado o país durante décadas. Ressaltamos
que os trabalhadores bolivianos e também os camponeses
indígenas membros do
partido de Morales, o MAS, realizaram uma luta encarniçada em
maio-junho do ano
passado precisamente contra a lei que acaba de se implementar. Eles
exigiram a
nacionalização dos recursos do hidrocarboneto (gás
e petróleo), reivindicação
que Morales só assumiu à contragosto e dando uma
interpretação da mesma para
conciliar os imperialistas. O
Sindicato
de Trabalhadores do Petróleo do Rio de Janeiro (Sindipetro) tem
criticado o
chauvinismo repugnante da imprensa burguesa brasileira e defende a
“nacionalização” do gás boliviano sob o lema, “O
petróleo é do povo”. Porém
uma empresa nacionalizada sob o
capitalismo não pertence aos trabalhadores, mas ao estado
burguês, e depende
do mercado capitalista mundial. Como
dizia
Trotsky no Programa de Transição, a
reivindicação da expropriação
difere da “vaga palavra-de-ordem reformista
de ‘nacionalização’" em que: “1 - rejeitamos a indenização; “2 - prevenimos as massas contra os
charlatães da Frente Popular que,
propondo a nacionalização em palavras, continuam de fato
agentes do capital; “3 - conclamamos às massas a contar
apenas com sua própria força
revolucionária; “4 - ligamos o problema da
expropriação à questão do poder dos
operários e camponeses.” A Liga pela Quarta Internacional reivindica a
expropriação dos hidrocarbonetos bolivianos sob
controle operário, pela
tomada das instalações pelos trabalhadores e não
pelo exército burguês
massacrador, como um passo rumo ao governo
operário-camponês-indígena que
inicie a revolução socialista internacional que só
pode esmagar o imperialismo. n
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