Candidatura Poder
Operário
contra o domínio capitalista
...A
campanha de luta classista continua!
Volta Redonda pode e deve ser um baluarte do poder operário na luta nacional e internacional pela emancipação dos trabalhadores e de todos os oprimidos!
Contra o desprezo às vidas dos trabalhadores e dos pobres no meio da pandemia da COVID-19, exigimos provas e testes rápidos e gratuitos da COVID-19 para todos já e a ampliação imediata do sistema de saúde pública para dar atendimento hospitalar de alta qualidade a todos os enfermos, sob controle dos trabalhadores liderados por profissionais médicos.
Contra os salários de miséria, e o engano e a insuficiência das “bolsas” assistencialistas, tanto do PT como agora as de Bolsonaro, exigimos um aumento enorme, pelo menos em torno do salário mínimo mensal do DIESSE, ou seja R$ 4.342,57 para todos, e uma escala móvel de salários para ser ajustada pela inflação.
Frente à matança constante da população (em particular da pele preta) pela polícia e as milícias, exigimos PM, BM e todos os corpos armados fora dos morros e das favelas, e policiais de todos os tipos fora dos sindicatos.
Frente à eliminação da estabilidade do emprego (a “precarização”, onde se verifica até mesmo tipo de trabalho análogo ao de escravização) e o aumento desenfreado das horas e dos ritmos de trabalho, exigimos o turno laboral de 6 horas sem diminuição salarial, contratos permanentes para todos os trabalhadores e controle sindical da contratação da mão de obra.
Contra os intentos de destruir o ensino público e calar o magistério com a lei “escola sem partido”, exigimos o governo quadripartite das escolas por conselhos de professores, alunos, pais de família e trabalhadores escolares, sob liderança sindical.
Contra a corrupção e desnacionalização da Petrobras, levada a cabo principalmente pelo bandido “neoliberal” FHC e seus asseclas assemelhados de outros partidos. (Além do exemplo do que ocorreu com a CSN, a gigante mineradora Vale do Rio Doce inclusive por desleixo, criminosamente deixou mergulhar na lama de resíduos minerais, uma cidade inteira, Brumadinho em MG. No pós privatização, mais privatarias ocorreram como a da Telefonia e outras.) Exigimos estatização total da indústria petroleira e energética e a imposição pelos trabalhadores do controle operário da produção, para vender o gás à população a R$1.
Contra a hostilização da população imigrante super-explorada, notavelmente dos peruanos, bolivianos e haitianos, lutamos pelos plenos direitos de cidadania para todos os imigrantes, e contra toda participação brasileira nas agressões e ocupações imperialistas, hoje contra Venezuela, e no passado contra Bolívia e Haiti.
O atual governo de Bolsonaro e seus imitadores ao nível estadual e municipal representam um perigo bonapartista, de impor um “estado forte” tipo policial-militar, uma ameaça aos direitos democráticos, à existência do movimento operário e às vidas mesmas dos negros, dos índios, dos favelados, dos homossexuais e de todos os oprimidos.
Porém a chegada ao poder do regime bonapartista foi preparada por 14 anos de governo da frente popular liderada pelo Partido dos Trabalhadores, que nos governos de Lula e Dilma atacou os direitos dos trabalhadores, fortaleceu o aparato policial (Força Nacional de Segurança, UPPs nas favelas cariocas) e espalhou a mentira de ter criado uma “nova classe média”.
Hoje, a burguesia conservadora do “centrão”, junto com setores importantes do aparato do estado capitalista (“justiça”, e outros), se oferece como “alternativa” ao bolsonarismo. Os remanescentes da frente popular querem se juntar a estes “golpistas” de ontem numa mega coalizão de colaboração de classes, no marco do parlamentarismo burguês. Contra todos os partidos, políticos e alianças burguesas, nossa candidatura aspira a iniciar um partido operário revolucionário para lutar por um governo operário-camponês para expropriar o capitalismo no marco da revolução socialista e dos Estados Unidos Socialistas da América Latina. ■
Nem como
era antes, nem como está!
Poder para a classe operária!
Geraldo Ribeiro (a direita) con trabalhadores que protestam contra a recusa da administração a pagar seus salários dentro do prazo. A Candidatura Poder Operário exige acabar com a privatização da saúde pública, que os trabalhadores assumam o controle dos hospitais, liderados por profissionais médicos, e para testes COVID-19 gratuitos e rápidos para todos.
Nós das organizações que assinam este documento, não somos eleitoreiros, pois achamos que o fundamental é lutar todos os dias, em todas as causas que envolvem os interesses da classe trabalhadora. Os que acompanham nossa trajetória sabem da nossa luta no dia a dia, por isto adotamos a frase do grande poeta alemão Bertold Brecht:
“Os que lutam todos os dias são imprescindíveis”
Combinar as lutas
Cerezo é metalúrgico, candidato da candidatura de Poder Operário à prefeitura de Volta Redonda em novembro de 2020. Ele tem uma longa história de luta em defesa dos trabalhadores bem antes da grande greve de 1988 na CSN. Pela sua liderança na greve com ocupação em 1990, Cerezo foi um dos ativistas colocado na “lista de morte” do exército. Seu parceiro Geraldo, candidato a vice-prefeito, é funcionário público há cerca de 30 anos e liderou a luta para afastar a polícia do sindicato dos trabalhadores municipais. Ele também esteve a cabeça das lutas pelo PCCS e outras demandas contra os ataques do governo, como ocorreu logo após da inauguração da Frente Popular de Baltazar estreando no Palácio 17 de Julho, quando este pretendia demitir cerca de três mil servidores, o que a luta conseguiu reverter.
A candidatura Poder Operário declara que o fundamental é saber combinar as lutas mais simples da cidade com as mais complexas das lutas nacionais e internacionais, as quais devem abranger os interesses múltiplos dos debaixo quase sempre esmagados pela opressão e pela exploração capitalista. Um exemplo notório é a ênfase que devemos dar em primeiro lugar e acima de tudo para salvar nossas vidas. Neste sentido é o caso, por exemplo, que vem ocorrendo com a pandemia da COVID-19. É um absurdo que os profissionais da saúde vêm arriscando suas vidas e sequer recebem em dia os seus salários. Eles têm sido jogados como peteca desde as mãos do presidente Bolsonaro, que absurdamente nega a pandemia, passando pelas mãos do governador Witzel. Este tem sido denunciado de fazer trambique com dinheiro público destinado a pandemia, tendo como parceiros o atual prefeito de Volta Redonda e o pastor Everaldo, notório vendedor de votos para os grandes partidos.
Nós exigimos, de imediato, condições de trabalho e salários dignos do pessoal da saúde, em dia; redução da jornada de trabalho sem redução de salário; convocação imediata dos concursados, expropriação imediata do escritório Central da CSN (um elefante branco que tem sido usado para pura especulação imobiliária) e conversão do mesmo para fins de hospital de campanha para o combate da COVID-19 e outras doenças graves assemelhadas.
A sociedade capitalista no mundo inteiro encontra-se numa profunda crise. Cumpre assim combater o desemprego, dando abrigo e ocupação, desde os artistas de várias partes da América Latina que tem ingressado a nossa cidade; e combater simultaneamente a repressão e os ataques contra as conquistas e os direitos dos trabalhadores e os oprimidos no Brasil e outras partes da América Latina, até o caso George Floyd e os protestos massivos contra o racismo nos Estados Unidos.
Cerezo fala num ato, no dia 27 de outubro, em defesa de Jamaica , parte da categoria dos trabalhadores
de ônibus, quem foi demitido num ato de repressão política.
Aqui em Volta Redonda, a “Cidade do Aço”, o proletariado tem uma tradição de disputar com a burguesia, mas a Frente Popular sempre bloqueou a luta. Hoje, frente aos grandes perigos que enfrentamos, é urgente que o poder e a força da classe operária sejam fortalecidos, mobilizados e dotados de um programa classista. Por isso é crucial tirar as lições das lutas para romper com o frente-populismo e todo tipo de colaboração de classes, que tem conduzido a terríveis derrotas.
Não somos eleitoreiros: a nossa candidatura é fundamentalmente distinta de todas as demais. Nós da candidatura Poder Operário recusamos a aceitar nem sequer um real de financiamento da campanha pelo estado. Nós não estamos para governar desde as poltronas da prefeitura baseada no aparato do estado capitalista que sempre nos reprime. Pelo contrário, nós lutamos pela formação de conselhos operários, nas fábricas e nos bairros proletários, como base de um governo operário e camponês. O objetivo da campanha é avançar neste trabalho de organização e conscientização, para expor um programa revolucionário e internacionalista pela emancipação das massas exploradas.
Assim, o turno laboral de 6 horas que figura em nosso programa é parte da grande tradição de lutas. O começo da “democracia” burguesa brasileira foi marcada pela repressão militar contra a ocupação da CSN em 1988, quando conquistamos o turno de 6 horas. Logo lutamos para defendê-lo contra a burguesia e o entreguismo dos neopelegos. Lutamos com um programa classista contra as privatizações, da CSN e FEM em particular, e contra as demissões. Lutamos e ganhamos a batalha da anistia dos grevistas da CSN contra a resistência do governo da frente popular.
Na questão da saúde, tão central agora com a crise da COVID, lutamos para por fim a privatização da saúde via os contratos com as OSs (organizações sociais), ponto central no atual processo de impeachment de Witzel. Com mesma ênfase para proteger a saúde dos trabalhadores, conforme visto em nossos cartazes, boletins e outras publicações, na CSN nós desmascaramos as mentiras anti-operárias e racistas sobre a leucopenia. Estivemos à frente na luta para reintegrar os cerca de 6.000 mata-mosquitos no Rio. Temos lutado contra a poluição nos bairros operários e populares, particularmente nos bairros Volta Grande I, II, III e IV; e contra as terríveis condições de insalubridade no funcionalismo municipal.
O Comitê de Luta Classista e a Liga Quarta-Internacionalista, nas quais militam Cerezo e Geraldo, lutaram com insistência, garra e fibra contra os governos Baltazar, Neto I e II, Gothardo e Samuca, para arrancar da PMVR o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), e estamos lutando para que a CSN pague a Unidade de Referência de Preços (URPs), que agora estão em fase de pagamento. Em particular, cumpre ainda registrar que simultaneamente tivemos que lutar contra os partidos pseudoesquerdistas, PT, PSOL PCdoB, PSTU e PCO, ora por omissão, ora por sabotagem e às vezes com aberta oposição ao PCCS e a URP.
Contra a discriminação racista e a opressão da mulher, fizemos a defesa da funcionária municipal Regina Célia e – contra uma campanha repressiva policial e frente-populista – realizamos a luta histórica em 1996, para expulsar a polícia do sindicato. Um dos membros da polícia foi responsável pelo assassinato do menino negro Ernane da Silva Lúcio, em 22 de outubro de 1995. Agora esta palavra-de-ordem, polícia fora dos sindicatos, têm sido retomada pelos manifestantes antirracistas nos Estados Unidos e outros países.
Luta internacionalista contra a opressão
Trouxemos pela primeira vez para o Brasil e para toda América do Sul o caso de Mumia Abu-Jamal, ex-Pantera Negra preso nos EUA, organizando pela primeira vez no mundo inteiro uma greve para sua libertação, na educação carioca em abril de 1999, levada a cabo de forma inédita pelo sindicato da categoria, exemplo que também se estendeu aos Estados Unidos.
Lutamos intransigentemente contra a campanha do imperialismo ianque, Bolsonaro e Cia. contra a Cuba e a China. Nossa exigência da expulsão das tropas brasileiras do Haiti foi adotada pelo sindicato do magistério (SEPE-RJ). Também organizamos a solidariedade com a valente greve dos professores do México em 2016.
Sob a bandeira vermelha da classe operária mundial, lutamos para materializar a grande palavra-de-ordem: Operários de todos os países, uni-vos! Nosso programa é o único que aponta pelo fim do capitalismo. Viva o socialismo! É a única solução que pode salvar a humanidade da barbárie. ■