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maio de 2008 “Socialismo”
carioca do PSTU: unir governo, polícia e operário
Luta operária contra a frente popular militarizada do PMDB e do PT no Rio de Janeiro O governador Sérgio Cabral passa em revista os policiais de elite da Força Nacional de Segurança, janeiro de 2007. (Foto: Silvia Izquierdo/AP) Durante
várias décadas, a
cidade do Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense tem sido zona de
massacres
policiais. Desde o momento no qual a transferência da capital
federal para
Brasília deixou sem emprego centenas de milhares de habitantes
pobres, as
favelas nos morros do Rio foram invadidas pelo tráfico de
drogas. Desde então,
viraram rotinas as chacinas perpetradas pelas “forças da ordem”.
Embora, se
antes o trabalho sujo era cometido preferencialmente por bandos
extra-oficiais,
os esquadrões de extermínio, de policiais e militares
disfarçados, agora, na
frente disso, há um governador, Sergio Cabral Filho, do PMDB
(Partido do
Movimiento Democrático Brasileiro), que quer instalar um
verdadeiro estado
policial. As 1.200 pessoas assassinadas pela polícia no Rio em
2007, quase
quatro por dia, dão um testemunho mudo desta barbárie.
(Em comparação, houve
373 palestinos assassinados em 2007 pelas forças de
ocupação israelenses.) Cabral destaca
constantemente
sua política de “confronto”, de provocar tiroteios no marco do
“combate ao
tráfico” que deixa seus rastros de sangue num assustador e
crescente número de
mortos em sua maioria composto de pobres e da juventude negra. O
Governador
Mata-Tudo pretende ter uma “estratégia de ocupação
do conjunto de favelas da
zona norte”, de contra-insurgência militar. O símbolo
é o “caveirão” da BOPE
(Batalhão de Operações Especiais) da
Polícia Civil, veículo blindado adornado
com seu símbolo da “faca na caveira”, frota dos quais vem em
operações freqüentes
aterrorizando favelas. Agora, para seu Operativo Cerco Amplo,
começado em 15 de
junho do ano passado, Cabral contrata outros veículos blindados
Urutu para
transporte de tropa, mais um helicóptero blindado UH-1H do tipo
utilizado pelo
Exército estadunidense na Guerra do Vietnã. A guerra de
extermínio nas
favelas já começou. O governador não hesita em
usar uma linguagem abertamente
racista. Refere-se a comunidades pobres como Rocinha como
“fábrica de produzir
marginal” e pretende que “a questão da interrupção
da gravidez tem tudo a ver
com a violência pública” (em entrevista com o portal
noticioso G1 da Rede
Globo, 24 de outubro de 2007). Se apresenta falsamente como
campeão do “direito
da mulher de interromper uma gravidez indesejada” quando na realidade
quer
eliminar futuras gerações de “marginais”. A “luta contra
a violência” ou
“contra o crime” se revela como una guerra de extermínio
contra os pobres.
E acompanhando esta retórica racista, demagógica e
mortífera, lança um exército
de 1.350 policiais munidos com 180.000 balas contra os 130.000
habitantes
cadastrados do Complexo do Alemão no norte do Rio. Mais de uma
bala por
pessoa... Tudo isto
não surpreende da
parte de um político burguês de linha dura: é a
mesma lógica genocida dos
expertos do Pentágono e das ditaduras militares
latino-americanas dos anos 70
que usaram a esterilização massiva como tática
contra-insurgente. Tampouco é
raro que os policiais envolvidos na repressão queixam-se de
“não ter condições
para cumprir” sua missão. Na PM do Rio surgiu uma revolta
liderada por altos
oficiais que se auto-denominam “Coronéis Barbonos” (pelo antigo
nome da rua
onde fica o Quartel General da PM, a atual Evaristo da Veiga) que se
queixam
“que ganham muito pouco para enfrentar bandidos perigosos e que
não dispõem de
viaturas modernas, coletes e armas pesadas” (O Estado de S.
Paulo,
4 de
fevereiro). O
realmente asqueroso é
que
uma corrente que se reivindica socialista e até trotskista, o
Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), seguidores do defunto
dirigente
pseudotrotskista argentino Nahuel Moreno, apóie a
agitação dos coronéis
queixosos, que buscam uma repressão mais eficiente nas
favelas! A Liga
Quarta-Internacionalista do Brasil tem insistido desde nossa origem,
que a
polícia é o punho armado dos patrões, que junto
com as forças militares são a
coluna vertebral do estado capitalista, maquinaria destinada à
supressão dos
trabalhadores e dos pobres. Reiteradamente o Comitê de Luta
Classista tem
combatido as teses maléficas do PSTU dentro do Sindicato
Estadual dos
Profissionais da Educação de Rio de Janeiro (Sepe-RJ) que
buscam uma nefasta
“aliança” operário-militar dentro do magistério
fluminense. Já no ano 1997, a
LQB criticou duramente o apoio do PSTU (e grande parte da esquerda
oportunista)
às greves dos PM que representavam uma ameaça direta
à classe operária,
insistindo “Não à coligação com a burguesia
e sua polícia” (veja “Crise do
estado capitalista brasileiro”, Vanguarda Operária n°
2,
agosto-outubro/1997). Agora nos congressos do Sepe e nos encontros de
Conlutas,
o CLC combate novamente esta perigosa política antitrotskista
dos
morenistas do PSTU. Criminalizar os pobres
No final do
governo de Anthony
e Rosinha Garotinho, do mesmo PMDB, Benedita da Silva do Partido dos
Trabalhadores (PT) foi governadora por algum tempo. Com a única
proposta de
“segurança”, ela colocou um dirigível para espionar a
favela e informar onde e
quando a polícia deveria atacar. No dia 31 de março, de
2005, na calada da
noite, no dia do aniversário do golpe militar de 1964,
exterminadores policiais
através de uma caravana da morte na sofrida Baixada Fluminense,
exterminaram
mais de 30 pessoas nos municípios de Queimados e Nova
Iguaçu, este último
administrado pelo PT. Um crime que teve repercussão
internacional, mas até hoje
o processo contra os criminosos se arrasta na justiça, embora
já identificados
os exterminadores. Na ocasião nosso jornal insistiu: “Temos que nos basear na
força da classe operária, ao montar uma
poderosa mobilização para exigir, fora PMs!
Toda polícia é o braço
armado dos exploradores e opressores! Apelamos aos sindicatos
do
Rio de
Janeiro em primeira linha para iniciarem e organizarem a
autodefesa
operária
nos bairros de trabalhadores contra os embates de seu inimigo de
classe, em
estreita ligação com a autodefesa camponesa dos
trabalhadores agrícolas
e dos sem terra contra os jagunços dos fazendeiros.” –veja “Brasil de Lula: Terra de
massacres”, Vanguarda Operária,
n° 9, maio-junho de 2006 Pouco tempo
depois, em 2007, o
novo governador do PMDB, Sérgio Cabral, passou a solicitar a
intervenção das
forças armadas para “combater a criminalidade” no Rio. Entre
numerosas trocas
de ofícios com o Planalto, debaixo da pressão da
mídia carioca, deliberou-se em
Brasília o envio da Força Nacional de Segurança
(FNS), uma verdadeira guarda
pretoriana criada por Lula e recrutada entre policiais de vários
estados do
país, pagando salários muito superiores aos dos PMs
fluminenses. O pretexto
para o desembarque das tropas das forças especiais era a suposta
necessidade de
garantir a “segurança” dos atletas dos Jogos Pan Americanos
(PAN) que se
realizaria em junho de 2007. Um
“caveirão” do Batalhão de Operações
Especiais da polícia “civil” carioca ataca as favelas do
Complexo do Alemão, maio de 2007. (Foto: Ricardo Morães/AP) Assim, no dia
17 de junho a
FNS fez a sua estréia no Complexo do Alemão, um conjunto
de morros na Serra de
Misericórdia no nordeste do Rio, onde ficam 18 favelas num
ambiente de pobreza,
sem saneamento básico, sem educação e
serviços de saúde, onde quase tudo falta.
Armada até aos dentes, a procura do “confronto” com as bandas
que dominam o Complexo,
esta tropa de elite entrou respingando sangue pra tudo que lado.
Protegidos
pelo pretexto de sanear o ambiente para o PAN, os estampidos dos
milhares de
tiros disparados nas favelas pelos rambos da FNS,
deixaram um
saldo de
mais de 70 mortos e dezenas de feridos, entre os quais indefesas
mulheres e
crianças, mais que o dobro da chacina ocorrida em 2005 na
Baixada Fluminense. Até
alguns setores ligados à
burguesia mostraram-se preocupados pela violência da FNS no
Alemão: “Denúncias colocam em
xeque atuação da polícia no Alemão. O
presidente
da Comissão de Direitos Humanos da OAB [Ordem de Advogados do
Brasil] citou o
caso de um menino de mochila que teria sido morto pelas costas, do
suposto
assassinato de um deficiente físico e de uma casa que teria
marcas de tiros que
indicariam execução. ‘É o crime organizado pelo
Estado. As famílias estão muito
amedrontadas.’ Advogado diz que pelo menos 11 dos 19 mortos não
tinham ligação
com o tráfico.” –Agência Estadão,
28 de junho de 2007 “A cidade
apavorada, se quedou
paralisada, pronta pra virar geléia” como diz um dos versos da famosa música “Geni e o
zepelim” de
Chico
Buarque. Porém, o grosso da classe dominante saudou “A guerra
necessária para a
reconstrução do Rio” (Veja, 4 de julho).
“Enfrentar os bandidos, dominar
o território e restabelecer o poder do estado é o
caminho”, disseram. Lula e
Sérgio Cabral se
sentiram respaldados pela “opinião pública”, a
polícia também. Alguns policiais
civis fizeram “greve” durante o PAN, os “Coroneis Barbonas” da PM
emitiram seu
manifesto. Ao lado da histeria e o pânico disseminados pela
mídia carioca entre
as delegações internacionais de atletas e a
população, vinha o lançamento
holliwoodiano do filme fascistóide, Tropa de Elite,
que
faz loas de
matanças nas favelas pelos pelotões policiais com seus
uniformes pretos e
símbolos da morte. Sob a trilha sonora e massivamente divulgada
da música do
filme (cujo refrão principal diz: “Homem de preto, qual é
a sua missão? Entrar
pela favela e deixar corpos no chão”), os Bope, PMs e FNS
lançam a guerra de
contra-insurgência urbana. Dia a dia aumentam as
execuções nas ruas. Qual é
então o posicionamento
da esquerda e do movimento operário? A resposta do PSTU é se
aliar com a
polícia! Em finais de agosto, em repúdio do “aumento”
esmola proposta por
Cabral, o Sepe-RJ faz passeata junto com Sindsprev ... e o Sinpol, o
“sindicato” da polícia. O Comitê de Luta Classista
defendeu uma política
diametralmente contrária, chamando a utilizar a briga entre
polícia e governo
para tomar o Palácio Guanabara: “Não se trata de se
apoiar nas manifestações
policiais, porque tão logo estas tenham suas
reivindicações satisfeitas,
voltarão suas armas para o resto do conjunto dos servidores
estaduais e à
população negra, pobre e favelada” (do Boletim n° 45
do CLC, veja página 31). Logo a seguir
ainda com o
cheiro da pólvora no ar, no meio de outubro a polícia
carioca fez outro ataque
na favela, deixando um soldo de 12 pessoas executadas. Quando fez o
ataque a
polícia disparava de um helicóptero que sobrevoava a
favela da Coréia, cuja
ação foi televisionada com cenas cinematográficas
de assassinatos ao vivo. A
nova chacina foi denunciada por várias entidades de direitos
humanos. Em
resposta as declarações de Cabral sobre o aborto e a
violência, o músico Yuka,
muito popular no meio artístico da juventude carioca, o criador
do grupo Rappa,
autor de um dos principais sucessos da banda, Todo camburão
tem um pouco de
navio negreiro, saiu em reportagem na revista Isto é
(29 de novembro
de 2007), a qual revelou que o músico: “...mostra-se
indignado
também com a violência das ações da
polícia do
Rio de Janeiro, que, do início deste ano até o mês
de setembro, já resultou na
morte de 961 ‘suspeitos’. Ele se diz estarrecido com as
declarações do
governador Sérgio Cabral, que legitima essas
operações defendendo até a
legalização do aborto para as mulheres de áreas
carentes como forma de diminuir
a violência. ‘Isso é muito grave, trata-se de eugenia’,
diz Yuka.... Essa idéia
equivale a criminalizar o pobre, que é a maioria da
população.” Embora, a
resposta de Yuka
tenha sido criar um “movimento que congrega juristas, acadêmicos
e artistas”
para reclamar os “excessos” da polícia carioca. Seu movimento
está condenado ao
fracasso, devido a que a burguesia brasileira, está assentada
acima de uma
enorme massa de pobres e as
chacinas
formam parte do “jogo da democracia.” PSTU: rabo da frente popular militarizada
A resposta do
PSTU foi na
direção contrária. Respondendo a setores
pequeno-burgueses no movimento
sindical, sobre tudo o funcionalismo, querem unir-se com a
polícia. Carecendo
de uma política de classe, disposto a se aliar
mesmo com
setores de
direita como fazia durante o escândalo do mensalão,
os morenistas tentam
estender sua linha de sindicalismo belicista. No I Encontro Nacional de
Negras
e Negros da Conlutas (novembro de 2007), perante dezenas de
representantes de
favelas e ativistas de etnia negra, uma das maiores vítimas da
polícia, o PSTU
usou munição pesada para barrar uma moção
do CLC, a qual propunha expulsão de
policiais da Conlutas e o não apoio às “greves” de
polícia. Presente no
Encontro, isto inclusive mereceu um sarcástico comentário
do principal líder da
banda de hip-hop, Luta Armada: “agora não precisa mais da polícia
infiltrar X9 no movimento
operário, o
PSTU abriu às portas da Conlutas para a policia”. PMs de Alagoas em “greve”, julho
de 1997. O
PSTU deu “todo apoio”, a LQB advertiu contra qualquer apoio a estes
assassinos profissionais. (Foto:
Marco
Antônio/AP) No primeiro
seminário de
direção deste ano no Sepe-RJ, o PSTU outra vez propunha
uma moção de apoio ao
descontentamento dos oficiais da PM contra o governo de frente popular
militarizada de Cabral. Um representante do Movimento Terra e Liberdade
(MTL)
dentro do PSOL se opunha, e quando na próxima assembléia
do Sepe a porta-voz do
CLC tentou revogar a decisão, o PSTU negou. Seguindo sua marcha
ao lado dos
matadores de pobres, negros e jovens.Logo a seguir, no I Encontro
Nacional das
Mulheres da Conlutas (abril de 2008), perante uma platéia de
mais de cinco
centenas de mulheres de várias partes do país, a
direção do PSTU destacou a
professora carioca Dayse para ensinar as mulheres (entre as quais
são as
principais oprimidas na sociedade capitalista machista, exploradora e
opressora) a consi-derarem a polícia como “companheiros de luta
fardados”! Em todas estas
investidas dos
morenistas do PSTU, que procuram uma sorte de zubatovismo,
ou
seja, um
“sindicalismo” policial, porta-vozes da LQB-CLC enfatizaram que uma das
principais bandeiras na luta para a independência de classe
é reconhecer que
policiais de nenhum tipo fazem parte da classe operária. Mesmo
ameaçada por um
policial que entrou em uma das assembléias do SEPE-RJ (cuja sede
sintomaticamente fica justo em frente do Quartel Barbono da PM), a
oradora do
CLC, insistiu em combater a “aliança operário-policial”
no magistério
fluminense, como ela tem feito desde há vários anos. O
gesto corajoso de nossa
camarada teve impacto imediato na assembléia: uma jovem
professora protestou
contra a atitude tolerante com o policial por parte da mesa diretora da
assembléia.
Ao mesmo tempo
que se alia ao
braço armado da burguesia, a odiada PM e a Polícia Civil,
em meio aos maiores e
seguidos ataques de policiais à população pobre,
em sua maioria negra e jovem,
os morenistas do PSTU se recusam em caracterizar o governo liderado por
Cabral
como sendo um governo burguês de frente popular. Não
trata-se de uma
dissimulação e tampouco alguma divergência de
concepção, é uma expressão
asquerosa da política de colaboração de classes
característica do morenismo.
Querem arrastar o combativo sindicato do magistério e a Conlutas
no pântano do
frentepopulismo, para preparar sua participação eventual
em um governo
fluminense de “esquerda” (burguês). Ao mesmo tempo, dão um
vigoroso aceno para
o braço armado do capital, indicando que na eventualidade dos
militantes do
PSTU vierem a administrar qualquer repartição do estado
burguês, respeitarão a
instituição policial na íntegra.
Para os
marxistas, é evidente
o caráter frentepopulista burguês do governo Cabral. Sua
aliança principal
consiste numa aliança entre o PMDB, um partido burguês, e
o PT, este último, um
partido operário-burguês (segundo a
definição leninista da II Internacional).
Além disso tem a presença de outros partidos burgueses
menores, ao mesmo tempo
que o PT participa com duas secretarias (Benedita da Silva
secretária de Ação
Social e Carlos Minc, secretário do Meio Ambiente, agora
destacado para
ministro no gabinete federal). e os ex maoístas do Partido
Comunista do Brasil
(PCdoB) agora convertidos em social democratas, ocupam alguns cargos de
segundo
escalão. Quando o PSTU denuncia como “neoliberal” o governo
Cabral devido a sua
aliança com Lula e o prefeito carioca, César Maia,
é porque quer sugerir um
governo burguês com outra política, mais nacionalista,
como o PCdoB esta
sugerindo com sua paquera com Ciro Gomes. Todo governo de frente
popular é
burguês, mesmo quando adota uma política reformista, como
reivindica o programa
“mínimo” do PSTU (“reforma agrária”; “dobrar o valor do
salário mínimo”, etc.). Pela independência de classe
Em meio a todo
este tiroteio e
mortes em série de inocentes, os morenistas do PSTU tentam
introduzir no
movimento operário a colaboração com o
braço armado do capital, chamando
policiais de “trabalhadores fardados”. Este argumento simplório
foi combatido
por Leon Trotsky em sua obra Revolução e
Contra-revolução na Alemanha,
quando diz: “O fato de que
os agentes da
polícia tenham sido recrutados em grande
parte entre os operários social-democratas não quer dizer
absolutamente nada.
Aqui também a existência determina a consciência. O
operário que se faz polícia
a serviço do Estado capitalista é um policial
burguês, e não um operário”. Seguindo a
política de
Trotsky, quando em 1996 nossos camaradas ganharam a
direção do sindicato dos
trabalhadores do município de Volta Redonda, a LQB travou uma
luta para afastar
a polícia do sindicato. Insistimos que “policias de nenhum tipo
fazem parte da
classe operária, são o braço armado da burguesia.
Lembramos Ernane da Silva
Lúcio, menino negro assassinado por um guarda municipal.
Lembramos a repressão
dos petroleiros, as chacinas da Candelária, Carandirú,
Rondônia, Eldorado,
Favela Naval em Diadema (SP) e Cidade de Deus (RJ). Isto significa que
a
decisão histórica dos municipários deve
estender-se a todo o movimento
sindical: expulsando policiais, guardas, carcereiros, vigias dos
sindicatos e
da CUT”. Policiais civis amordaçados numa
marcha juntos com o Sepe-RJ e Sindsprev/RJ, 23 de agosto de 2007. O CLC
insistiu, “nenhuma aliança com policiais!” (Foto: Fabio Rossi/O Globo) Por causa de
nossa insistência
nos princípios marxistas, de lutar pela independência de
classe, os elementos
pró policiais recorreram à justiça burguesa para
expulsar do sindicato dos
municipários a direção classista da LQB. Entre os
pseudotrotskistas que hoje pretendem se opor
às greves dos
policiais, um grupo de aventureiros sem princípios, a Liga
Bolchevique
Internacionalista (LBI), colaborou com os defensores da polícia
na luta em
Volta Redonda. Logo, no meio das “greves” policiais de 1997, a LBI fez
um
chamado pela “formação de sindicatos vermelhos no
interior das tropas das
Forças Armadas e da Polícia Militar”! (veja nosso artigo,
“América Latina:
Izquierda oportunista abraza a la policía”, El
Internacionalista n° 1,
mayo de 1998). Um “sindicato” “vermelho” na PM? Grupos de
extermínio policiais
“sindicalizados”? Jamais! Ante tais loucuras, nós da LQB
insistimos na
necessidade de expulsar toda polícia do movimento
operário. Enquanto o
PSTU chamou votar
em Lula em 2002, na segunda presidência deste que se iniciou em
2006, a
política principal dos morenistas foi dar uma suposta guinada
“à esquerda”,
rompendo com o governo de Lula e para dar ênfase a esta
política, chamar a
ruptura com a CUT, por ser agora uma central governista, “chapa
branca”. Como
assinalamos no encontro dos negros e das negras de Conlutas, é
notável que ao
mesmo tempo que querem ostentar sua “radicalidade” rompendo com a maior
central
sindical do país, os dirigentes morenistas da Conlutas e do Sepe
abraçam a
polícia! No entanto esta política zubatovista de
colaboração de classes do PSTU
nada tem de marxista, é a simples e vulgar política de
ser parte triangular e
rabo da frente popular militarizada de Lula e Cabral. Como tem
enfatizado a LQB
e o CLC é preciso lutar pela autêntica independência
de classe e para isso: “É preciso unir os explorados e oprimidos sob liderança proletária, que requer uma luta tenaz para romper a garra da burocracia sindical pro-capitalista, sobre tudo neste momento quando pretendem apertar o controle do estado e degolar os combativos sindicatos mediante a “reforma sindical e trabalhista”. Sobre tudo urge forjar um partido operário revolucionário para varrer o governo da frente popular de Lula e abrir o caminho a um governo operário e camponês como se formou na Rússia na Revolução de Outubro de 1917 sob os bolcheviques dirigidos por Lenin e Trotsky.” n
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