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junho de 2004
Não precisamos de um “novo partido” social-democrata dos lulistas desiludidos!
É necessário forjar um partido operário revolucionário! Desde a chegada
de Lula ao Planalto, tem havido uma profunda decepção na
classe trabalhadora brasileira, e agora já começa brotar
a sua ira.
Aproxima-se um período de luta operária contra o governo
dirigido
pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Luiz Inácio Lula da
Silva,
no qual será decisiva a resolução da crise de
direção proletária. Considerado no momento da
eleição como “um
dos nossos” por milhões de trabalhadores, o
“companheiro-presidente” tem servido fielmente seus amos capitalistas e
imperialistas e não
aos pobres e famintos que o elegeram. Tem cumprido à risca os
programas antioperários do Fundo Monetário Internacional
(FMI). Este
comportamento, que muitos trabalhadores sentem como uma
traição,
é da própria natureza de uma frente popular,
coalizão
burguesa de colaboração de classes que une partidos e
organizações
operárias reformistas e centristas a partidos e politiqueiros
burgueses.
Acorrentan deste modo os trabalhadores ao inimigo de classe. Foi
precisamente
devido a esse compromisso com a classe dominante, e devido à
crise que tem se aprofundado e alastrado em vários países
da América
do Sul, que a eleição de Lula foi permitida, após
sua
quarta campanha presidencial. Protesto de trabalhadores em Brasília, 25 de março, contra as reformas anti-operárias do governo Lula. (Foto: Iano Andrade/AP) A
esquerda
oportunista em sua totalidade deu apoio ao PT — seja entusiasta,
crítico
ou escondido (sempre fez isto desde o “PT das origens”), apesar da
aliança
com o direitista Partido Liberal (PL) do seu vice-presidente,
José Alencar. Navegando contra a correnteza eleitoral
frentepopulista, nós
da Liga Quarta-Internacionalista do Brasil advertimos: “A tarefa que os
donos do Brasil recomendaram para Lula é que faça as
massas trabalhadoras engolirem 'as reformas' antioperárias que
os governos antecessores
direitistas não conseguiram impor” (“Governo PT/PL: Bombeiro do
FMI”,
Vanguarda Operária N° 7, janeiro-fevereiro de 2003). Uma vez
instalado
no Palácio do Planalto em Brasília, o presidente ampliou
a
sua coalizão para incluir nela o PFL1 do cacique
regional baiano Antônio Carlos Magalhães
(“ACM”)
e figuras do PMDB2 como Itamar Franco e José Sarney,
(o primeiro privatizou a CSN e
o
segundo autorizou o assassinato de três operários pelo
exército
na mesma empresa na greve histórica de 1988) e homens de
confiança
da ditadura militar como Delfim Neto e Paulo Maluf. Com este
“frentão
popular”, Lula cercou-se de uma ampla maioria burguesa inclusive no
congresso
para disciplinar a ala esquerda de seu próprio partido e
principalmente
como garantia contra crescentes lutas combativas dos trabalhadores. Depois
de um ano e meio do governo do “companheiro-presidente” Luiz
Inácio Lula
da Silva, sua popularidade nas pesquisas tem caído
vertiginosamente.
Nos arranha-céus da Bovespa e a Fiesp no centro comercial de
São
Paulo, cujo estado é considerado “a locomotiva do Brasil”, os
banqueiros
e os industriais, celebram com champanhes seus lucros que continuam
subindo
às nuvens, não obstante o nervosismo que sentiram antes
da
tomada de posse do governo conduzido pelo PT. Mas nos bairros
operários
na área industrial do ABC, há uma crescente
frustração
devido à queda de seus salários e o aumento do
desemprego.
O programa assistencialista anunciado pelo reluzente presidente em
janeiro
de 2003, como a campanha de “Fome Zero” , resultou em letra morta e no caso do “Bolsa
Escola”, não passa de uma
contribuição
ridícula de alimentos às famílias famintas. O
veredicto de muitos é implacável: sua
situação não
melhorou, pelo contrário até piorou, comparado com o
período
anterior no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Durante
o primeiro trimestre de 2004, o setor público (os governos da
união,
estados, municípios e companhias estatais) alcançou um
superávit
primário recorde nos orçamentos em torno de R$20
bilhões,
quantidade esta maior que a meta de R$14,5 bilhões fixada pelo
FMI.
Simultaneamente, a taxa de desemprego tem subido e alcançado um
registro
histórico, ao superar 20,5 por cento na região
metropolitana
de São Paulo. Há uma relação estreita entre
estas
duas cifras: simultâneo ao aumento do desemprego, o
governo brasileiro foi capaz de “aumentar” 5,4 por cento do produto
interno total,
para dedicar isto ao pagamento dos interesses da dívida
externa,
por meio de cortes brutais em programas sociais e altas taxas de
interesses
bancários (mais de 16 por cento) que limita a
produção.
O pouco crescimento econômico que tem havido é devido ao
baixo
nível dos interesses ao nível internacional (ao redor de
um
por cento em Nova Iorque), e agora que estes interesses sobem novamente
é ameaçada uma estagnação absoluta. Como
sempre, são
os trabalhadores que pagam as dívidas dos patrões. Mas enquanto o sistema capitalista continuar
produzindo
a miséria, a luta de classes não ficará
paralisada.
Ante o saldo ridículo da reforma agrária (com mais de 4,5
milhões
de famílias sem terra no Brasil, o governo prometeu assentar
umas
400 mil até 2006, mas em 2003 assentou só 36 mil e apenas
11 mil este ano), surgiram uma onda de ocupações rurais
de propriedades ociosas. Nas manifestações em homenagem
aos 19 camponeses assassinados em Eldorado dos Carajás em 1996,
o MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) lançou uma campanha de “abril vermelho” que
registrou
109 invasões, o número maior desde 1995. No Pontal do
Paranapanema
(SP) há conflitos entre os camponeses e jagunços
(tipo
de guardas brancos) dos fazendeiros, que podem explodir em uma guerra
aberta em qualquer momento. No Rio Grande do Sul, a polícia
federal rodoviária,
ameaça com prisões dos camponeses que acamparam a margem
da
estrada BR-386. E embora Pedro Stédile do MST qualifique seu
movimento
de “conservador”, afirmando que “nós só queremos que o
governo
aplique a Constituição”, e ele só procura dar
força
para Lula agir, uma faísca poderia atear fogo ao campo
brasileiro. Como parte da campanha “abril vermelho”, manifestantes do MST entram na Catedral de Brasília, o 16 de abril, para comemorar os 19 camponeses sem-terra assassinados em Eldorado dos Carajás em 1996. (Foto: Eraldo Peres/AP) Também
entre o proletariado industrial a agitação está
crescendo.
Lula foi vaiado pelos trabalhadores da Mercedes Benz, em seu antigo
bastião, onde surgiu, em São Bernardo do Campo, quando os
qualificou de “privilegiados” por pagar impostos em seus
salários. Um metalúrgico protestou: “Basta de promessas,
nós queremos realizações. Chega
de sermos enganados” (O Repórter do ABC, 27 de abril).
Poucos
dias depois, os trabalhadores bloquearam a auto-estrada de Anchieta.
Para
o 1° de maio, as centrais sindicais reuniram 2 milhões nas
ruas de São Paulo (800 mil pró-governo comandados pela
CUT, pelegos
de esquerda, e 1,2 milhões pelos pelegos de direita da
Força
Sindical), o que é igual ao número de desempregados na
região
metropolitana de São Paulo. Na manifestação, os
pelegos
distribuíram pipocas e pirulitos pagos pelos patrões da
Bovespa
e o Estado. Porém o “aumento” ridículo do salário
mínimo
para R$260,00 assinado por Lula, às vésperas da festa,
recebeu
vaias com gritos ensurdecedores nas manifestações. E no
dia
10 de maio quando os empregados públicos federais entraram em
greve
pela segunda vez em um ano, pedindo um aumento de salário de
emergência
de 50 por cento (para repor as perdas que sofreram desde 1995 a
reposição
teria que superar 125 por cento). Depois
de ter imposto a “reforma” previdenciária no ano passado, depois
de um
mês da greve dos trabalhadores servidores federais, agora o
governo
lulista se prepara para impor as “reformas” sindical e
universitária.
A primeira fortalece as centrais sindicais, permitindo que se elimine o
direito
das assembléias sindicais decidirem sobre os contratos
coletivos,
ao mesmo tempo em que “regula” (leia-se, limita) o direito de greve. Em
troca
da abolição do odiado “imposto sindical”, medida herdada
Getúlio
Vargas e da ditadura militar que subordina os sindicatos
financeiramente
ao controle estatal, impõe gordos “impostos” às centrais
sindicais
de até 13 por cento do salário. Já a reforma
universitária,
prepara a privatização do ensino superior público
ao
subir as mensalidades estudantis e concentrar o investimento
público
em instituições privadas. Como no caso da contra-reforma
da
previdência, este programa segue a regra ditada pelas
instituições
financeiras imperialistas (FMI, Banco Mundial) com o propósito
de
aumentar as taxas de benefícios ao diminuir as despesas
públicas
dedicadas à educação, saúde e outros
setores
“não rentáveis”. Enquanto
isso,
Lula serve como xerife do imperialismo ianque para manter a ordem na
América
Latina. Em outubro do ano passado juntou-se ao governo argentino de
Néstor
Kirchner em uma missão fracassada na Bolívia que tentava
salvar
o governo do massacrador odiado Gonzalo Sánchez de Lozada. Logo
neste
ano foi enviado um contingente de 1.800 militares de tropas brasileiras
para
o Haiti, onde substituirão tropas estadunidenses de
ocupação
que apoiaram o golpe de estado e arrancaram do poder o presidente
haitiano
Jean-Bertrand Aristide. As forças estadunidenses serão
necessárias
para fortalecer a ocupação colonial no Iraque, ante uma
rebelião
no país, e o Brasil prontamente presta auxílio aos
imperialistas
atrapalhados pelas suas conquistas. O general brasileiro, Augusto
Heleno
Pereira, que comandará a força de
“estabilização”
da ONU, prevê que poderá desbaratar uma
“ação
enérgica” contra “uma ou outra
manifestação
que exceda o nível de normalidade” (BBC, 31 de maio de 2004). O
Haiti
foi o único país na América onde uma
revolução
de escravizados aboliu a escravidão, inclusive derrotando a
então
poderosa França de Napoleão Bonaparte.E isto ocorreu na
mesma
época em que Dom João VI, rei de Portugal fugindo deste,
se
refugiou no Brasil. Deste modo, Brasil, o último país da
América
que aboliu a escravidão e com a maior população
negra
do mundo, pretende “estabilizar” a primeira república negra do
continente, a terra natal do ex-escravizado revolucionário
heróico Toussaint Louverture, sob a bota militar imperialista em
proveito de Washington. Em
recompensa, busca o apoio de Bush para uma posição
permanente
para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
Ante a
ofensiva
geral do governo de Lula contra os trabalhadores, camponeses,
estudantes
e outros setores oprimidos, não faltam amostras de rebeldia e
tentativas
de lutar. O que é necessário, acima de tudo, é uma
direção revolucionária. Porém, quase toda a
esquerda e inclusive a
suposta “extrema esquerda” se subordinou à frente popular
dirigida
pelo PT. Nas eleições de novembro de 2002; “socialistas”
e
até “comunistas” gritaram o “Lula lá”, enquanto o chefe
do
PT fez campanha com o “rei das camisetas”, José de Alencar.
Depois
da derrota de seu candidato, José Maria de Almeida, o
pseudotrotskista PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificados), baseando no fato
de que “os trabalhadores acreditam em Lula”, declarou que “se
somará à classe trabalhadora e ajudará a chamar
votar em Lula e elegê-lo”. Ainda que alguns hesitaram dar
garantia explícita a Lula, como tinham
feito em eleições passadas, quando o PT foi apresentado
em
frentes populares com alguns burgueses “aliados” menos direitistas,
buscaram
depois dos comícios empurrar o novo governo à esquerda,
tentando
aproveitar das “expectativas” das massas motivadas pela
eleição
de Lula (posição esta do PSTU), ou as “tendências
revolucionárias das massas” (posição do Partido da
Causa Operária). Somente
a LQB insistiu na posição do trotskismo autêntico
de lutar
pela independência política revolucionária da
classe
operária e recusar-se a votar, como questão de
princípios
por qualquer um candidato ou partido de uma frente popular,
formação
política burguesa. (Ver nosso boletim, “Oposição
Proletária
a Frente Popular! Pela Revolução Socialista
Internacional!”
de 25 de dezembro de 2002, publicado em Vanguarda Operária
nº7.) Advertimos que longe de governar a favor dos trabalhadores e
dos
pobres, Lula foi instalado na presidência para atuar como
bombeiro
e legislar as medidas antioperárias que seus antecessores (desde
Collor,
Itamar Franco até FHC) não puderam impor diante a
resistência dos trabalhadores. Porém, quando Lula
começou a fazer precisamente
o que tínhamos denunciado antes, uma parte dos supostos
“radicais”
do PT se rebelaram. Na votação da Reforma da
Previdência,
a Senadora Heloísa Helena (AL), e os deputados João
Batista
Oliveira, o Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes
(SE),
se recusaram a acatar a linha da direção, que levou suas
expulsões
do PT em dezembro 2003. Agora
os quatro
parlamentares expulsos formaram o Partido Socialismo e Liberdade
(PSOL), que
foi fundado formalmente em uma reunião em Brasília, em 5
e
6 de junho. Desde agosto do ano passado até a data da
fundação do PSOL o debate político que tem sido
dominante na esquerda é
a do “novo partido” em formação. Todos queriam
aproveitar-se
da popularidade dos expulsos e aproximar-se dos decepcionados lulistas
desiludidos.
Havia diversas formas: ante a negatividade dos quatro de aliar-se com o
PSTU,
este mudou seu chamado por um novo partido de esquerda para agregar o
qualificativo
de socialista. Porém, o fez no marco do Fórum Social
Brasileiro,
uma frente popular em miniatura que abarca setores da igreja. No fundo
o
planejamento era o mesmo: de retornar ao “PT das origens”. A corrente
pseudotrotskista
O Trabalho o fez explícito com sua palavra-de-ordem “pelo
resgate
do PT” em seu boletim, “PT das origens”. Ao divulgar o PSOL, seus
porta-vozes
enfatizaram: “Assim como o PT (em 1980), o PSOL nasceu com uma sigla de
‘combate
à burguesia’ e a favor de uma reforma agrária
maciça,
segundo Babá” (Folha de São Paulo, 7 de junho
2004). Todavia, apesar de sua retórica contra a burguesia, o PT
nunca superou
os limites da social-democracia, que buscava reformar (e não
derrubar)
o capitalismo. Acompanhados pelas correntes CST e MTL, rachas à
direita
do PSTU em anos anteriores, o PSOL se apressa para reunir as 438 mil
assinaturas necessárias para lançar Heloísa Helena
como candidata
presidencial em 2006. As quatro estrelas parlamentares do novo partido social-democrata, o PSOL, no seu congresso de fundação. Da esquerda: a senadora Heloísa Helena e os deputados João Fontes, João Batista Oliveira (o Babá) e Luciana Genro. (Foto: MES) O novo
partido
é, sem nenhuma dúvida, outro partido social-democrata,
ligeiramente
à esquerda do PT, que se rege pelas regras do jogo parlamentar
da burguesia.
É precisamente desta categoria de “partido do velho tipo”,
eleitoreiro até a medula, que não necessita a
classe operária brasileira. Adestrado na luta, por
influência por tras dos bastidores,
será um satélite de Lula, tomando iniciativas para
pressioná-lo
(e talvez recrutar alguns dos esquerdistas que permanecem nas filas,
nas
poltronas ministeriais do PT) em lugar de preparar o proletariado para
sair
vitorioso de um enfrentamento frontal com o governo burguês.
Porém,
o mesmo vale para os demais mensageiros de um “novo partido” advindo do
Partido
dos Trabalhadores, que todos querem, como o temos afirmado, um “PT
bis”.
O PSTU, por exemplo, tem empreendido a formação de
“coordenadorias de luta” (Conlutas) para os trabalhadores, estudantes,
etc. Chamaram uma manifestação
em Brasília no dia 16 de junho para protestar contra as reformas
sindicais
e universitárias do governo. Ao invés de uma luta
encarniçada
dentro das organizações de massas de trabalhadores como a
CUT, buscam formar uma nova organização própria
com o mesmo
conteúdo frentepopulista da CUT, mas que possam utilizar para
manobrar
com as cúpulas petistas e cutistas. Seguem a linha de seu antigo
mestre
Nahuel Moreno, de apresentar-se como uma variante de “esquerda” de cada
movimento
“novo”, desde o general Perón até Aiatolá Komeini.
Uma
política
de protesto, não importa com quantas bandeiras vermelhas,
é
muito distante de uma política revolucionária que busca
mobilizar
a força do proletariado em uma ofensiva de classe. Todos, desde
o
PSOL até o PSTU, PCO, O Trabalho e outras correntes mais
à
esquerda, pretendem “romper com o FMI”. Alguns querem “repudiar” a
dívida
externa, outros negociá-la ou impor uma moratória.
Porém
como? Ou se diz explicitamente que isso só será
possível mediante uma revolução socialista
internacional, que estenda
até aos centros imperialistas, o que não fazem estes
senhores
terceiromundistas oportunistas, ou se está mentindo aos
trabalhadores
ao pretender, explicita ou implicitamente que seja possível que
um
país capitalista se “torne independente” e imponha sua
“soberania”
dentro do marco capitalista. Até mesmo um isolado estado
operário burocraticamente deformado como Cuba é golpeado
pelas enormes pressões
do mercado internacional e das instituições do
imperialismo. Por isso é necessário romper com todas as
variantes do nacionalismo
para empreender a via da revolução permanente. As
contradições
da esquerda oportunista são sintetizadas na questão
agrária.
O ministro petista do desenvolvimento agrícola, Miguel Rosseto,
e a
senadora Heloísa Helena, ambos pertencem a corrente Democracia
Socialista,
ligada ao Secretariado Unificado (SU) do falecido Ernest Mandel, que
durante várias décadas tem tentado fazer se passar pela
Quarta Internacional. Ademais, os chamados destes pseudotrotskistas
pela “reforma agrária” (burguesa), nada tem em comum com a
política de Trotsky e sua Quarta
Internacional, que lutaram pela revolução
agrária em conjunto com a revolução
proletária. Ainda
que os dois militam hoje sob diferentes siglas (PT e PSOL), não
podem dar uma direção revolucionária e classista
aos camponeses
sem-terra, que são a imagem mais visível da
miséria
capitalista; tampouco podem ser direção alternativa para
o poderoso
proletário industrial brasileiro, amarrado de pés e
mãos
aos patrões por meio da política da frente popular. A
corrente,
O Trabalho, seguidores do pseudotrotskista francês Pierre
Lambert,
lançou uma campanha forte (até com um abaixo-assinado
internacional),
perguntando a Helena, a DS e o SU como podem permanecer na mesma
organização
com um Rosseto, que diz respeitar “as manifestações dos
fazendeiros
ruralistas” que não são senão
provocações
contra os sem-terra? Mas O Trabalho segue pertencendo ao PT, igual a
Rosseto! O cinismo dos reformistas mandelistas, lambertistas e
morenistas não
tem limites. A luta
de classes não pode limitar-se aos confins do Brasil apesar de
ser o
maior país da América Latina. Enquanto os oportunistas
pedem
o retorno da tropa brasileira enviada ao Haiti os
revolucionários
lutam pela expulsão das tropas de
ocupação. Os
operários brasileiros de transporte (sobretudo os dos aeroportos
e portos) devem recusar-se a enviar todo o carregamento com destino ao
Haiti. Diante da “guerra contra o terror” dos imperialistas,
propiciamos a derrota
dos imperialistas (em primeira linha do imperialismo estadunidense, mas
também
de seus aliados e rivais imperialistas que acabam de dar aval a
ocupação
sob o disfarce das Nações Unidas); lutamos também
pela defesa do Afeganistão e Iraque mediante a
ação operária
em todo o mundo. Enquanto Lula quer participar junto com os
imperialistas
em “abrir” a China para exploração capitalista,
nós trotskistas
lutamos pela defesa de todos os restantes estados operários
deformados
(Coréia do Norte, Vietnam e Cuba) contra a
contra-revolução
externa e interna. As
frentes
populares e o fascismo, escreveu Trotsky no Programa de
Transição,
são os últimos recursos que utilizam o imperialismo, ante
a “ameaça” de uma revolução operária. Aos
quarenta
anos do sangrento golpe de estado que resultou em duas décadas
de
ditadura militar no Brasil, parece evidente que Lula e seus aliados
querem
fazer o “trabalho sujo” da burguesia para fazer inúteis novos
generais
ditadores que se revezaram no poder no Brasil ou
do estilo personalista de Pinochet em ambos os casos ditadores
que deram golpes contra os governos burgueses de colaboração
de classes das frentes populares brasileira e chilena
Porém se o punho de ferro do capital se mostra
abertamente
ou se esconde em uma luva “democrática” é a classe
operária
que sofrerá os golpes. Para vencer a burguesia e seus
servidores,
é necessário construir um partido operário
revolucionário
como fizeram os bolcheviques Lênin e Trotsky. Esta é a
tarefa que coloca a Liga Quarta-Internacionalista, seção
brasileira
da Liga pela IV Internacional. n 1Partido da Frente Liberal, tradicional porta-voz de fazendeiros e outros setores ultra-reaccionários
E-mail: internationalistgroup@msn.com Voltar à página principal da LIGA QUARTA-INTERNACIONALISTA DO BRASIL Voltar à página do INTERNATIONALIST GROUP |