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maio de 2008 MUMIA ABU-JAMAL Agora outra vez, o Sindicato Estadual dos
Profissionais da Educação de Rio de Janeiro deu um grande exemplo: incluiu em
sua paralisação do dia 7 a mesma exigência que desde 1999 vem sustentando: liberdade
já para o inocente Mumia Abu Jamal, que está sob a mira da justiça racista
nos EUA, no corredor da morte. Não houve na categoria uma voz sequer que tenha se
levantado contra a inclusão de paralisar o trabalho do magistério fluminense em
prol da liberdade deste conhecido ex-pantera negra radical, a “voz dos sem
voz”. Mesmo que com o agravamento da situação de Jamal, ao
ser lhe negado recurso no dia 27 de março, no Tribunal Federal de Apelações do
3° Circuito nos EUA, restando pouco tempo para uma campanha mais abrangente,
mesmo assim a categoria parou! Como um importante meio preparativo da paralisação, o
sitio do Sepe em 29 de abril, condenou a farsa judicial e chamava a
mobilização: “A mais recente destas farsas judiciais, como as que a
precederam, mostra que os explorados e oprimidos não devem ter confiança alguma
no sistema de injustiça racista. Fazemos um chamado ao movimento: para incluir
em suas lutas, greves, passeatas e nos vários tipos de mobilização, exigindo a
imediata liberdade de Mumia Abu-Jamal!” Mesmo enfrentando enormes dificuldades de mobilização
massificada da categoria para a greve, a qual vem enfrentando ataques
sucessivos do governo burguês fluminense de frente popular militarizada do PMDB
e PT e seus satélites, mesmo assim pela segunda vez o Sepe paralisou suas atividades
no dia 7 de maio deste ano erguendo alto junto com suas reivindicações a
bandeira de libertar Mumia Abu Jamal já, jornalista negro que diz “Zumbi é um
dos meus heróis”. Logo que saiu
uma edição especial do jornal do Sepe sobre o caso de Mumia, foi distribuído em
mais de 20 núcleos que imediatamente o levaram para distribuir, discutir e
informar suas bases chamando para a paralisação. Destacaram-se núcleos
importantes por suas constantes mobilizações como Volta Redonda, que elaborou o
jornal; Valença deu toda sustentação e São Gonçalo massificou. Dispôs-se a
mandar um exemplar do jornal para cada um dos seus filiados. No contexto da discussão no Sepe sobre o pedido de aprovação da moção, representantes do CLC enfatizaram que a greve das trabalhadoras e dos trabalhadores da educação filiados ao Sepe/RJ convocada para o dia 7 de maio, ocorria em meio a uma revolta geral. Não apenas relacionada aos ataques contra direitos e conquistas da categoria, ataques estes patrocinados pela frente popular militarizada de Lula/Cabral, tendo como sócio menor o facistóide prefeito carioca César Maia. Foto: Jorge Nunes Também foi uma resposta à epidemia de dengue que
castiga a população pobre e negra da cidade do Rio neste verão, como nunca
antes, vitimando também as crianças.
Isso logo após a matança de mais de 70 pessoas em sua maioria jovens
negros, durante a realização do PAN em 2007. O CLC denunciou esta operação, a
qual serviu de campo de ensaio e treinamento da Força Nacional que treina nos
morros cariocas como invadir e matar no Haiti. O CLC sempre enfatizou que a luta para libertar Jamal
não pode ser separada de outras reivindicações da classe operária e da
trabalhadoras da educação em particular. Nas matérias da LQB e do CLC lembramos
que a libertação da população negra somente terá êxito mediante a revolução
socialista. Realçamos o fato que para tal, é necessário construir o partido
operário revolucionário, um partido como “tribuno do povo”, como dizia Lênin,
que abarque todas as reivindicações dos explorados e oprimidos. A proposta do
CLC desde 1999, de mobilizar a classe operária para libertar
Jamal, a qual desde então foi abraçada pelo Sepe-RJ, maior sindicato de gênero
no Rio, que parou duas vezes sua atividade em prol do jornalista líder negro
estadunidense, é um marco inédito e histórico nas lutas operárias no Brasil. n E-mail: internationalistgroup@msn.com |