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6 de junho de 2014

METRÔ DE SÃO PAULO PÁRA!

Entrou em campo o poder operário – podemos ganhar a copa de virada!

Unificar as lutas –
Por uma greve nacional!


Metroviários de São Paulo enfrentam a polícia de Alckmin na estação Santa Rosa no primeiro dia da greve.

Repressão da Copa, resposta à crise capitalista mundial

SÃO PAULO, 6 de junho de 2014 – Desde a madrugada de ontem, dia 5 de junho, uma das mais poderosas categorias de São Paulo e do país inteiro, os metroviários, paralisaram o Metrô da capital bandeirante, a mais rica da América Latina. Nem mesmo juntando todos os torcedores que terão condições financeiras para assistirem os jogos da Copa do Mundo na região, ultrapassarão os quase cinco milhões de passageiros que ficaram impedidos ou tiveram muita dificuldade de irem ao trabalho. Com a capilaridade igual à da educação, capaz de envolver todo o universo de categorias e a população trabalhadora, a dimensão da paralisação dos metroviários paulistanos, por si só, dá um enorme passo rumo a uma greve nacional, não apenas nesta mega metrópole, mas ao longo do país.

A greve dos metroviários paulistanos é a culminância das expressivas, radicalizadas e massivas greves dos profissionais da educação no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e na capital de São Paulo. Estas greves além da defesa de suas pautas econômicas, buscaram salvar a educação do obscurantismo medieval a que vem sendo condenada pelos governos do PT, PSDB e seus asseclas. A bravura da greve na educação contagiou categorias importantes e poderosas, como a dos rodoviários do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Maranhão, as quais por sua vez vêm colocando em cheque a justiça burguesa, que junto com os pelegos da UGT, tentam recuperar-se do nocaute levado pela valente greve dos garis do Rio de Janeiro em fevereiro deste ano. Servidores da (CEDAE) no Rio de Janeiro, responsáveis pelo abastecimento da água no estado, ameaçam parar suas atividades. Os servidores federais da saúde, técnicos e docentes de ensino superior como os da saúde com suas poderosas federações (ANDES e FASUBRA) vem fazendo paralisações cada vez maiores e mais radicais.

A classe dominante brasileira têm gastado bilhões para usar a Copa do Mundo do futebol como vitrine para elogiar sua suposta chegada no clube dos grandes capitalistas enquanto os serviços sociais estão famintos de recursos. Mas a repressão que seus governos de Dilma e Alckmin têm desencadeado contra os trabalhadores e a população pobre e negra das favelas cariocas e a periferia paulista é produto também da crise mundial do capital. Junto com a onda grevista que sacode o país, a greve do Metrô em São Paulo oferece aos trabalhadores do país um ponto de partida para uma contra-ofensiva combativa. O Comitê de Luta Classista e a Liga Quarta-Internacionalista chamamos a unificar todas as greves numa poderosa greve nacional. Formemos comandos de greve unificados em cada cidade, compostos de delegados eleitos pelas bases de todas as categorias em luta e revogáveis em todo momento. Também devemos organizar comitês de defesa operária da favela, dos protestos e dos movimentos sociais.

CSP-Conlutas quer descentralizar as lutas

Neste primeiro aniversário das Jornadas de Junho cresce a insatisfação eleitoral e a revolta é generalizada em meio a greves radicalizadas. Ao redor do país as principais categorias, com a educação na vanguarda seguida dos garis, rodoviários e agora os metroviários, deixaram a patronal, governos e seus serviçais, o peleguismo de direita e esquerda, de cabelo em pé. Seguida da greve na USP, maior universidade do país e da América Latina, a paralisação do Metrô paulistano está colocando em apuros a Alckmin, o governador da seca e da escassez de água. Ao mesmo tempo desperta a população, que sente na pele o desastre e desgoverno do tucanato. A Folha de S. Paulo, publica a matéria do Data Folha em que dá conta que a candidatura de Aécio do PSDB junto com a de Dilma está despencando enquanto crescem votos nulos, brancos e abstenções. A reação do eleitorado é pelo fato do Mensalão do Metrô de São Paulo bem maior que o Mensalão do PT.

Porém, apesar da crescente onda grevista ao redor do país, o PSTU que dirige a CSP Conlutas, junto com seus sócios do PSOL e LER/QI, atuam no sentido contrário. Buscam esvaziar e canalizar as insatisfações nos sindicatos que dirigem como os poderosos da educação no Rio, Metrô em São Paulo e dos metalúrgicos em São José dos Campos. É óbvio o potencial da greve no Metrô de São Paulo que tem poder de paralisar a capital paulista. Mas como tem sido constante, a CSP Conlutas tem tratado cada greve dentro dos estritos limites corporativistas esvaziando delas todo potencial de alastrar-se junto a outras categorias. Mesmo que o sindicato resiste a ordem judicial de funcionar 100% nas horas do rush, não tem fechado todas as estações e paralisado o sistema inteiro, e muito menos estendido a greve.

Na realidade, a CSP Conlutas está usando a força da greve para se lançar como instrumento de uma Frente Popular alternativa. Em vez de preparar um confronto global como os governos do capital, buscam negociar seu acesso ao mundo da política partidária, emprestando o PSTU e PSOL para próximos acordos partidários. Nada mais querem do que substituir o PT na Frente Popular, razão pela qual evitou unir as greves do magistério paulistano-paulista e carioca-fluminense com a dos metroviários. Cada qual ao seu tempo e sob controle é seu lema. Essa descentralização da central que se reivindica operária, a CSP Conlutas mostra sua capacidade de colaboração de classes ao evitar radicalizar a luta, facilitando desta maneira sua aproximação com a Frente Popular dirigida pelo PT. Para isto usam a ferramenta corporativa derivada da Carta del Lavoro, que inspirou Getúlio Vargas e até hoje regula o sindicalismo brasileiro.

Os grevistas necessitam urgentemente derrotar este corporativismo, seja da CSP Conlutas, CUT, CTB e demais centrais da direita como a Força Sindical, Nova Central, UGT e assemelhadas, ao mesmo tempo lutar contra a colaboração de classes em todas as centrais operárias. Para o êxito da greve no metrô de São Paulo, estão na primeira fila os sem teto que vem sacudindo a terra dos bandeirantes exigindo uma casa pra morar com suas famílias e assim evitar o destino de dormir nas ruas. No curso da radicalidade que vem percorrendo o país, ondas eletrizantes vêm impulsionando os indígenas, os quais num gesto heroico de legítima defesa na luta contra a sua extinção genocida, chegaram mesmo a lançar mão de arcos e flechas contra a Polícia Militar brasiliense, máquina de matar pretos, pobres e indígenas, semelhantes às demais PMs espalhadas na Terra do Pau- Brasil. Não devem ficar sozinhos!

Construir um partido operário revolucionário

Quando a “justiça” se torna uma declarada, escancarada e permanente injustiça é um dever da classe operária rebelar-se contra ela. A “democracia” do tucanato do PSDB e a Frente Popular Militarizada dirigida pelo triunvirato Dilma-Pezão-Paes criminaliza os movimentos. Coloca a PM nas greves em São Paulo, as Forças Armadas no Complexo da Maré, desaparece com corpos de suas vítimas, arrastam pelas ruas do camburão da PM uma trabalhadora negra, agora mobiliza os tribunais para atacar grevistas. Não existe justiça nos tribunais burgueses. Abaixo o capitalismo, a burguesia, justiça e frente popular militarizada! Expulsar as polícias e as tropas do Haiti e das favelas! Tirem as mãos das greves, do metrô, do SEPE e dos demais sindicatos! Iniciar pelo Metrô de São Paulo e pela Educação uma greve nacional contra os planos de fome de Alckmin-Aécio-PSDB, Dilma-Pezão-Paes e o FMI!

O cenário da luta de classes coloca de forma vigorosa e urgente a criação de um partido operário revolucionário, um partido leninista baseado no programa da revolução permanente de Trotsky, que rechaça toda frente popular e toda colaboração de classes. Um autêntico partido operário revolucionário buscaria unir o campo e a cidade, a juventude e as principais categorias para juntar todo esse vapor disperso numa só caldeira, organizado uma greve nacional no “país do futebol”. Colocaríamos em cheque o governo burguês pró-imperialista de Frente Popular desenhado por Dirceu-Genoino, dirigido pelo PT-PMDB-PCdoB. Antes que um levante fascista de fantoches dos EUA e UE como na Ucrânia ou uma revolta dos setores burgueses da ultradireita como em Venezuela nos surpreenda, a ordem do dia coloca a tarefa de lutar por um governo operário-camponês e pela revolução socialista.

Avante camaradas! Todo apoio à greve dos metroviários!